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L’Architecture de la paixNova criação de Paula de VasconcelosPor Carlos de JesusComo em todos os espetáculos da Paula de Vasconcelos a que temos assistido, a nova peça que se estreou no passado dia 4 de março no teatro «Espaço Go» do boulevard Saint-Laurent, é também um misto híbrido de teatro, dança e música com o qual a realizadora e encenadora procura enfeitiçar os espectadores, contando-lhes uma estória que os faça refletir sobre a condição humana. Como bem resume o programa do espetáculo, a peça questiona-se sobre o «como fazer a ponte entre ontem e amanhã? Como substituir as ruínas do passado por novas estruturas que permitam que a vida prossiga sem negar a história? Os princípios de harmonia arquitetónica dos templos do mundo são transponíveis para as relações humanas?» «Em todo o mundo, há arquitetos a pensar nos princípios essenciais à reconstrução de sítios devastados pela guerra. No entanto, para além da reconstrução de edifícios e de comunidades, é o princípio da reconstrução ele mesmo que é objeto de questão: como aprender com o passado, numa perspetiva de elevação das consciências?» No caso presente, trata-se da história de um homem e de uma mulher sobreviventes miraculados dum cataclismo bélico, que se interrogam como é possível ainda estarem vivos, eles que tinham pensado que se houvesse uma nova guerra mundial esta seria a última porque não mais haveria um único ser humano que lhe escaparia. Carlos Milhomens e Ana Brandão, nos estúdios de Pigeons International, quando se preparavam para falar para a LusaQ TV, programa de televisão em Português.
A peça foi escrita pela celebrada autora Evelyne de la Chenelière em colaboração com a Paula de Vasconcelos que dirigiu a encenação e a coreografia e conta também com a participação do Teatro de São Luiz de Lisboa. À volta dos dois personagens principais gravitam dois outros que são a esperança dum outro futuro, o filho e a namorada, que é interpretada pela artista e cantora portuguesa Ana Brandão. Há ainda um outro português no elenco, o percussionista Carlos Mil-Homens que sublinha musical e dramaticamente certos passos da história. Os papéis principais são assumidos por Pascale Montpetit e Daniel Parent. A representação é em parte bilingue, francês e português. Aliás o início da história é narrado maravilhosamente bem pela Ana Brandão, em Português, com a tradução em francês pela Pascale Montpetit, de pé, face ao público, como se estivessem numa ágora grega. Pasquale Montpetit, atriz principal.
Sublinhe-se que a musicalidade da voz da artista portuguesa sustenta perfeitamente bem o confronto com o charme da língua francesa, provavelmente também devido ao tom épico da narrativa a que tão bem se presta a língua de Camões. A peça estará em cena até ao dia 22 de março corrente. |
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