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Bilhete de LisboaPor Filipa CardosoMoçambique - 2ª parteTendo chegado a meio da minha viagem a Moçambique é com grande entusiasmo que vou relatar o resto da estadia.
![]() Bilene Depois de ouvir as várias sugestões de amigos decidimos partir para Bilene que fica a cerca de 80 km a norte de Maputo. Bilene é um aglomerado de casas, muitas de férias, e dois aldeamentos turísticos ao redor de uma lindíssima lagoa que tem uma estreita ligação para o Indico. Ficamos no Praia o Sol, numa cabana muito eco rústica, o que teve a sua graça. Antes de partir para Moçambique tive conhecimento que um rapaz, de nome Samuel, estava a desenvolver um trabalho voluntário de grande mérito numa terra chamada Chókwè, não muito longe de Bilene. Resolvemos por isso fazer o desvio até Chókwè. Foi uma odisseia mas ao fim da manhã já estávamos a almoçar com o Samuel e o seu substituto. O Samuel é um rapaz de 22 anos que está em Moçambique através da ONGD «Um Pequeno Gesto, Uma Grande Ajuda». Esta organização tem como missão a melhoria das condições de vida de crianças de Moçambique. O trabalho do Samuel desenvolve-se numa escola com cerca de 1.300 crianças, muitas delas órfãs. Ficamos de tal maneira impressionados com tudo que vimos e ouvimos que quando partimos já tínhamos apadrinhado duas das crianças. Mas a minha grande expectativa, e a principal razão da ida a Moçambique, era a visita ao Parque Nacional da Gorongosa, tesouro mundial da biodiversidade. Para chegar à Gorongosa temos que ir de avião até à Beira e depois fazer um trajeto de cerca de 3 horas. Este parque era mundialmente famoso, nos anos 60, pelo numeroso número de animais que aí existiam mas infelizmente, devido às guerras, foram quase todos mortos. Desde 2004 a Fundação Carr, uma organização americana sem fins lucrativos, associou-se ao Governo de Moçambique para proteger e restaurar o ecossistema do Parque. O parque tem cada vez mais animais e a equipa de funcionários residentes transmitem um entusiasmo contagiante que faz com que eu esteja seriamente a pensar em voltar para o ano a fim de ver o resultado dos vários projetos em curso. Antes de terminar gostaria de deixar alguns dados que por lá obtive sobre este imenso País, com quase 800.000 km², chamado Moçambique: População com menos de 15 anos - cerca de 44% (não vi velhos); Esperança de vida 42 anos; Taxa de analfabetismo 43% (presentemente com uma taxa de frequência do ensino primário superior a 95%); PIB per capita, em 2008 - 370 $ USD; Número de pessoas com sida (HIV), em 2010, 1,7 milhões numa população de pouco mais de 23 milhões; No campo não vi vacas, cavalos, ovelhas ou qualquer máquina agrícola... E, voltando a Chókuè, designação que foi dada a Vila Trigo de Morais, junto ao rio Limpopo, está integrada numa região de enorme potencial agrícola, que me pareceu, manifestamente subaproveitado. Mesmo assim Moçambique é um País fantástico com um povo que tem um dos sorrisos mais bonitos do Mundo. |
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Acordo Ortográfico
Apesar das resistências encontradas na imprensa portuguesa em geral, o LusoPresse decidiu adoptar o novo acordo ortográfico da língua portuguesa pelas razões que já tivemos a oportunidade de referir noutro local. Todavia, estamos em fase de transição e durante algum tempo, utilizaremos as duas formas ortográficas, a antiga e a nova. Contamos com a compreensão dos nossos leitores. Carlos de Jesus Diretor |
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