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Luso-canadiana no design...Deixa banca de investimento pelo «amor» às rendas e bordados portuguesesPaulo Dias Figueiredo, da Agência Lusa
![]() Catarina Ponte, de Ecostasy, no Brasil Nova Iorque - O «amor» às rendas, bordados e outros produtos portugueses e também brasileiros levou a jovem luso-canadiana Catarina Ponte a trocar a banca de investimento pela promoção no mercado norte-americano das tradições e design ecológico dos dois países. Representando na América do Norte uma dezena de empresas portuguesas e meia centena de brasileiras há um ano, a nova empresa de Catarina, Ecostasy, apresentou-se na Feira de Mobiliário Contemporâneo (ICFF) de Nova Iorque no fim de semana, com produtos que partilham a língua e o princípio da sustentabilidade. «Olhamos primeiro para empresa, quais são os seus princípios, se são ecológicos e sustentáveis», disse à Lusa a jovem residente em Nova Iorque, que lançou o projeto com o seu marido, também luso-descendente e banqueiro, mas natural dos Estados Unidos.
![]() «Não queria só vender produtos. Queria tentar ajudar a promover conhecimento e tradições de culturas e materiais diferentes. Sempre gostei deste tipo de produtos. Gostei da oportunidade de desenvolver esse interesse de uma forma maior», adianta. Uma das empresas representadas é a portuguesa Simple Forms Design, do Porto, que é o foco da participação na ICFF, com vários produtos a partir de cortiça, tal como duas empresas portuguesas que participam na Feira - Pelcor e Corque. Catarina Ponte aplaude que a cortiça, pouco conhecida nos Estados Unidos, esteja a ser «valorizada» com novas utilizações ligadas ao design, mas lamenta que o mesmo não esteja a acontecer a outros dos produtos em que apostou - os têxteis portugueses. «Fico um pouco triste que se promova mais o contemporâneo e o tradicional quase nunca entra. Portugal é riquíssimo em têxteis, bordados rendas», afirma. Um dos produtos que esta descendente de açorianos trouxe para o mercado norte-americano é a «renda de ganchos» da Ilha do Pico, que historicamente era feita pelas mulheres com ganchos de cabelo durante a caça à baleia. O catálogo de produtos portugueses da Ecostasy inclui também bordados da Terceira, da Madeira, do continente e outros tecidos que Catarina Ponte diz «terem mercado» nos Estados Unidos, mesmo fora das comunidades lusas, que se forem explorados pode garantir a viabilidade de pequenos negócios em Portugal. «Amo os bordados e as rendas que Portugal tem. Não tinha nenhum aqui. E Portugal é muito forte no têxtil (.) Nunca vi uma qualidade assim, é altíssima. É impressionante a técnica, altíssima qualidade que tem. Esse tipo de produtos também entra em feitas de design aqui, mas é um desafio», afirma. Do Brasil, onde viveu três anos e ganhou o português com sotaque brasileiro, Catarina Ponte trouxe para o mercado norte-americano artesanato, nomeadamente de comunidades indígenas da Floresta Amazónica, e produtos de «uma grande variedade de materiais naturais». Por enquanto, diz, a «crise não tem ajudado» e por isso o negócio está difícil, mas «devagar», a jovem empresária acredita que irá vingar. Uma pequena vitória foi a escolha de um dos seus produtos «made in Brasil» para ser apresentado, a 2 de maio, num programa popular de casa e decoração da cadeia de televisão NBC, o «Nate Berkus Show». |
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